Casos de coqueluche aumentam em São Paulo

Saúde

O estado de São Paulo registrou 139 casos de coqueluche até a 23ª semana epidemiológica deste ano, encerrada em 8 de junho, um aumento de 768,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A coqueluche, uma infecção respiratória bacteriana, afeta principalmente bebês de até um ano, sendo a vacinação a melhor forma de prevenção. A imunização está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/UBSs Integradas.

A vacina, conhecida como pentavalente, é distribuída pelo Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI) e deve ser aplicada nos primeiros meses de vida, aos 2, 4 e 6 meses, com um intervalo de 60 dias entre as doses. Este ano, a cobertura vacinal para esta vacina é de 76,3% no estado.

A vacina adsorvida difteria, tétano e coqueluche (dTpa) é recomendada na rede pública para gestantes e profissionais de saúde. O DPNI expandiu temporariamente a vacinação para incluir profissionais de berçário e creches que atendem crianças de até 4 anos.

Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), enfatiza que, apesar da eficácia da vacinação em prevenir surtos, são necessários reforços periódicos. “A imunidade não é duradoura, por isso é importante reforçar a vacinação, que está disponível em todos os 645 municípios do estado de São Paulo”, explica ela.

Sintomas

A coqueluche, também conhecida como pertussis, é uma infecção bacteriana altamente contagiosa que afeta o trato respiratório. Seus sintomas se desenvolvem em três estágios:

  • Estágio Catarral (1-2 semanas):

sintomas semelhantes aos de um resfriado comum, como coriza, febre leve, espirros, e tosse leve.

  • Estágio Paroxístico (1-6 semanas): episódios intensos de tosse convulsiva, que podem terminar em um som agudo ao inspirar (o “guincho”), vômitos após a tosse, e exaustão.
  • Estágio de Convalescença (semanas a meses): melhora gradual dos sintomas, embora a tosse possa persistir por um tempo prolongado.

Prevenção

A melhor forma de prevenir a coqueluche é a vacinação. Existem duas principais vacinas:

  • Vacina Pentavalente: protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b. É administrada em três doses aos 2, 4 e 6 meses de idade.
  • Vacina dTpa: indicada para gestantes, profissionais de saúde e, temporariamente, para profissionais de berçário e creches.

Além da vacinação, outras medidas preventivas incluem evitar o contato com pessoas infectadas e praticar boa higiene das mãos.

Tratamento

O tratamento da coqueluche inclui:

  • Antibióticos: como azitromicina,

claritromicina ou eritromicina, para reduzir a severidade e a duração da doença, especialmente se iniciados nas primeiras semanas de infecção.

  • Cuidados de Suporte: descanso, hidratação e uso de um umidificador para aliviar a tosse.
  • Isolamento: para prevenir a disseminação da bactéria a outras pessoas.

Bebês e casos graves podem necessitar de hospitalização.

Transmissão

A coqueluche é transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas respiratórias expelidas ao tossir, espirrar

ou falar. A bactéria Bordetella pertussis pode ser transmitida antes do início dos sintomas e até aproximadamente duas semanas após o início da tosse paroxística. A vacinação e o tratamento precoce ajudam a reduzir a transmissão.

Manter a cobertura vacinal alta e seguir as recomendações de saúde pública são essenciais para controlar a disseminação da coqueluche.

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